Pesquisadores constatam ausência de diretrizes para divulgação científica em periódicos da Ciência da Informação
- Ciência da Informação Express CIE
- há 1 dia
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por Ciexpress
A pesquisa conduzida pelos autores Gustavo Henrique de Araujo Freire e Marcus Vinícius de Albuquerque constatou que periódicos brasileiros da área de Ciência da Informação, mesmo aqueles classificados como de excelência no Qualis CAPES, ainda não incorporam políticas explícitas de divulgação científica em suas diretrizes editoriais. O estudo analisou sete periódicos de estrato A com perfis ativos em redes sociais digitais, identificando uma lacuna importante entre a prática da divulgação e sua normatização institucional.

A divulgação científica é reconhecida como uma estratégia essencial para promover o acesso ao conhecimento e fortalecer o diálogo entre a ciência e a sociedade. No entanto, os autores identificaram que, embora alguns periódicos publiquem conteúdos acessíveis em redes sociais – como resumos adaptados, podcasts e vídeos –, essas ações não estão formalizadas nas políticas editoriais, o que compromete sua continuidade, planejamento e reconhecimento.
Utilizando o método indiciário, a pesquisa buscou “pistas” de ações sistemáticas de divulgação científica nos sites e redes sociais dos periódicos. Apesar de encontrar boas práticas em algumas publicações, como a presença de linguagem simplificada e o uso de recursos audiovisuais, nenhuma das revistas incluídas no estudo apresentou diretrizes documentadas que assegurem a manutenção dessas ações como parte dos padrões editoriais.
A ausência de políticas de informação voltadas à divulgação científica representa uma fragilidade no ecossistema da comunicação científica, sobretudo diante dos desafios contemporâneos como a desinformação, o negacionismo e a crise de confiança nas instituições. Segundo os autores, incorporar essas diretrizes nos periódicos é fundamental para garantir que o conhecimento produzido pela ciência seja compreendido, valorizado e apropriado por diferentes setores da sociedade.
Como contribuição concreta, o artigo apresenta uma proposta de diretrizes editoriais que podem ser adotadas por periódicos científicos da área. As sugestões incluem a obrigatoriedade de materiais de divulgação acompanhando os artigos submetidos, a definição de formatos e periodicidade das publicações em redes sociais, a capacitação de equipes para gerir os canais de divulgação e a adoção de recursos de acessibilidade nas postagens.
Os autores defendem que políticas bem estruturadas fortalecem não apenas a imagem dos periódicos, mas também o papel social da ciência. A presença de uma política formal de divulgação científica pode ampliar a visibilidade dos autores, estimular práticas mais transparentes e inclusivas e contribuir para o reconhecimento da produção científica como um bem público.
Outro ponto relevante do estudo é o destaque para a internacionalização da divulgação científica, sugerindo que os conteúdos voltados à sociedade também sejam adaptados para outros idiomas, ampliando o alcance global dos periódicos brasileiros. A proposta também incentiva a publicação de conteúdos de divulgação independentes da submissão de artigos científicos, abrindo espaço para divulgadores, comunicadores e jornalistas científicos.
Com este trabalho, os autores chamam a atenção para uma dimensão estratégica da ciência aberta e cidadã: a necessidade de fortalecer a presença da divulgação científica nos canais institucionais da pesquisa. O estudo reforça a importância de repensar os padrões editoriais dos periódicos da Ciência da Informação para que estejam alinhados com os princípios da democratização do conhecimento e do compromisso social da ciência.
Para ler a pesquisa na íntegra acesse:
FREIRE, Gustavo Henrique de Araujo; ALBUQUERQUE, Marcus Vinícius de. Padrões editoriais para políticas de informação em divulgação científica nos periódicos de Ciência da Informação. Ciência da Informação Express, Lavras, v. 6, e132, p. 1–30, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.60144/v6i.2025.143. Acesso em: 17 abr. 2025.
*Texto elaborado com apoio de Large Language Model ChatGPT.
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